
Carlos Eugénio, diretor executivo da Visapress afirmou, em entrevista à Lusa, que a entidade que faz a gestão coletiva dos direitos de autor de jornais e revistas fechou até agora acordos apenas com a Google e Microsoft.
Em entrevista à Lusa, Carlos Eugénio faz o balanço da diretiva dos direitos de autor no mercado único digital, o qual entrou em pleno vigor no início de 2024.
"Fechámos primeiro com a Google, que teve sempre uma atuação proativa naquilo que diz respeito ao pagamento e a estar de acordo com a lei" e "depois fechámos também com a Microsoft", sendo que, "neste momento, são as duas únicas com quem temos acordos fechados", adianta o responsável.
É preciso nova metodologia para remunerar conteúdos de forma eficaz
Carlos Eugénio defende que seja encontrada uma nova metodologia para remunerar os conteúdos de forma eficaz nas plataformas, já que atualmente é “poucochinha”.
Em entrevista à Lusa, Carlos Eugénio defende a alteração da metodologia da remuneração, no âmbito da lei dos direitos de autor no mercado único digital, aborda o negócio do 'clipping' e fala dos desafios da Visapress.
Questionado sobre o que gostaria de ver alterado na lei, o diretor executivo admite que, "olhando para trás e para os pressupostos que levam à remuneração dos editores de imprensa que estão vertidos na lei", eventualmente, "deve existir uma alteração que permita fazer com que os editores de imprensa consigam ter uma remuneração mais concreta".
Visapress defende mais transparência nos algoritmos de IA
O diretor executivo da Visapress considerou também que tem de haver mais transparência nos algoritmos de inteligência artificial (IA) e considera a tecnologia como uma ferramenta tal como uma máquina de escrever.
A IA "traz novas formas de os utilizadores abordarem aquilo que são as pesquisas, o acesso à informação, os resumos que são efetuados", mas as questões que a tecnologia coloca em cima da mesa são "se a informação que é veiculada pela inteligência artificial é ou não é uma informação credível, uma informação com verdade dos factos", diz Carlos Eugénio.
"Sabemos que os algoritmos" de IA "são criados por pessoas" e que "há sempre um enviesamento daquilo que é o sentir da pessoa que criou", o que tem impacto naquilo que é a saída do conteúdo, aponta.